Jesus é a Salvação

A Bíblia oferece uma rica discussão sobre a relação intrínseca entre Jesus e a salvação. Através de uma análise cuidadosa, podemos extrair insights valiosos sobre como a figura de Jesus se torna central na Teologia cristã, atuando como o pivô da redenção da humanidade.

Jesus como a Chave da Salvação:

• Jesus é apresentado como aquele que possui as chaves da casa de Davi, representando a Nova Jerusalém e o acesso à salvação divina. Essa imagem poderosa ressalta a autoridade e o poder de Jesus como mediador entre Deus e a humanidade, abrindo as portas para um novo mundo de graça e redenção.

De acordo com Ap 3.7 o Senhor Jesus Cristo possui as chaves da casa de Davi, i. é, da cidade espiritual de Davi, a nova Jerusalém, o mundo da salvação de Deus. Agora, porém, João está estendido diante dele como um morto, sendo por isso uma figura da igreja que ainda progride pelas profundezas da grande tribulação até a morte martirial (Ap 2.10). Com vistas a essa situação ela recebe o consolo de que mesmo em escuridão extrema (Ap 6.9,10) ela está na esfera do poder do amor. Seu Senhor não somente possui a chave do céu, mas também do Hades. ^[1]

• A mensagem central do Apocalipse é Jesus, destacando sua natureza multifacetada como o Amém, a fiel testemunha, o juiz, o purificador e, acima de tudo, o Filho. A ênfase na figura de Jesus como o cumprimento das profecias e o ápice da revelação divina reforça sua centralidade no plano salvífico.

Sobre esse trono, porém, Cristo ―preparou um lugar (Jo 14.2) para sua igreja em Laodicéia. Essa palavra é afirmada numa hora em que a igreja ainda é morna. Jesus lhe oferece a última coisa que possui, sua comunhão com o Pai no trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Que diz o Espírito às igrejas através dessa última mensagem, resumidora? Ele fala de Jesus! Jesus é o Amém, a fiel testemunha, o Primeiro da criação, o Juiz, o purificador do templo, o comerciante, amigo, hóspede, anfitrião, o vencedor e entronizado, e o Filho. Assim cumpre-se Jo 16.14: ―Ele me glorificará, ainda que fale sobre pecado, arrependimento, juízo e salvação. ^[2]

• A salvação provém dos judeus, não porque sejam inerentemente salvadores, mas porque Jesus, o Salvador divino, era judeu. Essa afirmação sublinha que a linhagem judaica de Jesus é crucial para a história da salvação, cumprindo as promessas do Antigo Testamento e conectando a tradição judaica com a fé cristã.

João é informado do duplo nome do vitorioso. Primeiro: o Leão da tribo de Judá. O judaísmo relacionava esta expressão, formada com base em Gn 49.8-10, com o Messias, cristalizando-a depois como mero título. Por isto não são cabíveis elaborações simbólicas, p. ex., da pata ou voz do leão.
Na visão subsequente nada disto pode ser verificado. Ao lado deste nome proveniente da lei um segundo nome messiânico dos profetas (Is 4.2; 11.10; Jr 33.15; 23.5; Zc 3.8; 6.12) é colocado de forma estreita e independente, a Raiz de Davi.
Deste modo o Vencedor é aquele que cumpre toda a história da revelação do AT. Também para João, que pronuncia a apostasia dos judeus de modo tão inexorável (Ap 2.9; 3.9), permanece em vigor a sentença: ―a salvação vem dos judeus (Jo 4.22).
Ele acusa os judeus com tanta veemência, justamente porque leva a vocação deles tão a sério. Portanto, a salvação vem dos judeus. Não eram ou são os judeus em si a salvação, mas Jesus era judeu. É por isto que as histórias em torno de Jesus e, em decorrência, a história deste povo. ^[3]

A Salvação como Dom Divino:

• A salvação vem unicamente do Salvador divino, não se limitando à interioridade ou à consciência, mas manifestando-se em justiça e compaixão na criação. As lágrimas de João, contidas por um ancião, simbolizam o consolo que a igreja encontra na certeza da salvação divina, mesmo em meio à tribulação.
• É proclamada a chegada da salvação, do poder do reino de Deus e da autoridade de Cristo. Essa declaração triunfante celebra a vitória de Deus sobre o mal, enfatizando a autoridade de Cristo e a instauração de um novo reino de justiça e paz.
• A salvação é um dom de Deus, concedido por meio de Jesus Cristo, contrastando com a perdição daqueles que se agarram a uma falsa segurança baseada em uma interpretação distorcida do amor divino. Essa advertência ressalta a importância da genuína fé em Cristo como o único caminho para a salvação, rejeitando qualquer forma de autojustificação ou presunção.
• Deus é a fonte da salvação, oferecendo-a livremente àqueles que se arrependem e creem em Jesus. O arrependimento e a fé são a resposta humana à graça divina, permitindo que a salvação se torne uma realidade transformadora na vida do indivíduo.

Salmos 3:8 - "A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção".
Lucas 1:72-78 - "para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados".
Atos 2: 36-39 - "Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo."
Atos 16: 28-33 - "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa."

O Papel da Igreja na Propagação da Salvação:

• João recebe a incumbência de profetizar sobre a história da salvação, revelando os mistérios de Deus e proclamando sua mensagem a muitos povos e nações. A missão profética de João ilustra o papel da igreja na difusão do evangelho e no testemunho da salvação em Cristo.

Ap. 1:1 - Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João; o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, de tudo quanto viu.

• A igreja é chamada a ser a luz do mundo, refletindo a luz de Cristo e atraindo as pessoas para Ele. A ênfase na responsabilidade da igreja em levar a salvação a todas as nações destaca a dimensão missionária da fé cristã.

Estejamos com o Cordeiro de Deus e busquemos as pessoas para Ele – então nossa igreja será o lugar da salvação. Jesus não apenas disse "Eu sou a luz do mundo" (Jo. 8:12), mas disse também: "Vós sois a luz do mundo" (Mat. 5:16). ^[4]

• O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes marca o início dos "últimos dias" e capacita a igreja a proclamar o evangelho com poder e autoridade. Essa efusão do Espírito Santo é fundamental para a missão da igreja, equipando os crentes para serem testemunhas eficazes da salvação em Cristo (Heb. 1:1, 2; At. 2:17-39).

Joel 2:28-29 - Acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões; e também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito.
At. 2:38, 39 - "Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar".

A distribuição do Espírito sobre o Israel crente em Cristo pelo Senhor ressuscitado está no próprio coração da mensagem apostólica do evangelho. Isto ensina que o primeiro princípio de interpretação profética dos apóstolos está determinado por um cumprimento em Cristo (o cumprimento cristológico), e por extensão, na igreja de Cristo (o cumprimento eclesiológico). Isto nos leva a uma característica final da aplicação que Pedro fez da profecia do Joel: O derramamento do Espírito de Cristo sobre a terra iniciou os "últimos dias" (At. 2:16). ^[5]

A Centralidade da Cruz na Salvação:

• O tema central de todas as profecias é Jesus Cristo, com foco em sua pessoa e obra, especialmente em seus sofrimentos e na glória que os segue. Essa ênfase cristológica destaca que a história da salvação culmina na pessoa de Jesus, que se torna o centro da narrativa profética.

1 Pe 1.10,11 - Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam .

• O sacrifício de Cristo na cruz garante a salvação do crente, livrando-o de todo julgamento e negando qualquer necessidade de julgamento pelos pecados, passados, presentes ou futuros. A morte de Cristo é o alicerce da Nova Aliança, oferecendo perdão, um novo coração e a plenitude do Espírito Santo a todos que creem.

1 Tessalonicenses 5.9: "Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo". O contraste nessa passagem é entre a luz e a escuridão, entre a ira e a salvação. 1 Tessalonicenses 5.2 mostra que essa ira e escuridão estão ligadas ao dia do Senhor. Uma comparação dessa passagem com Joel 2.2; Sofonias 1.14-18; Amós 5.18 descreverá a escuridão mencionada aqui como a escuridão da septuagésima semana. Uma comparação com Apocalipse 6.17; 11.18; 14.10,19; 15.1,7; 16.1,19 descreverá a ira do dia do Senhor. Paulo ensina claramente no v. 9 que nossa expectativa e destino não são ira e escuridão, mas salvação, e o v. 10 mostra o método dessa salvação, a saber, para que "vivamos em união com ele".
Toda essa discussão suscita o problema da salvação na era milenar. A opinião aqui apresentada, segundo alguns, diminui a cruz e restringe o seu valor à presente era. (Allis, op. cit., p. 249.) Tal alegação não pode ser validada. A nova aliança (Jr 31.31) garante a todos os que entrarem nesse milênio e a todos os que nascerem no milênio e, portanto, necessitarem da salvação:

1. um novo coração (Jr 31.33),
2. o perdão dos pecados (Jr 31.34) e
3. a plenitude do Espírito (Jl 2.28,29).
   O Novo Testamento esclarece que a nova aliança se baseia no sangue do Senhor Jesus Cristo (Hb 8.6; 10.12-18; Mt 26.28). Logo, pode-se afirmar que a salvação no milênio estará baseada no valor da morte de Cristo e será apropriada pela fé (Hb 11.6), assim como Abraão, pela fé, se apropriou da promessa de Deus e foi justificado (Rm 4.3). A expressão da fé salvadora se diferenciará das expressões exigidas no presente, mas os sacrifícios devem ser vistos como meras expressões de fé e não como meios de salvação.^[6]

• A vitória de Cristo na cruz derrota Satanás de forma irrevogável, garantindo a salvação daqueles que se unem a Ele por meio da fé. Essa batalha cósmica ilustra o poder redentor da cruz, libertando a humanidade do domínio do mal e inaugurando um novo reino de justiça.

JOÃO: "Agora veio a salvação, o poder, e o reino de nosso Deus, e a autoridade de seu Cristo; porque foi arrojado fora ('foi expulso') o acusador de nossos irmãos, que os acusava diante de nosso Deus dia e noite" (Apoc. 12:10).
JESUS "Agora é juízo deste mundo; agora, será expulso o príncipe deste mundo" (João 12:31).
À luz da explicação que Jesus dá de sua morte, podemos entender que Apocalipse 12:7-12 anuncia a derrota irrevogável de Satanás por meio da vitória de Cristo na cruz. Diante de Deus, no sentido legal, Satanás já foi "esmagado". Por isso Apocalipse 12 se centra na morte, na ressurreição e na entronização de Cristo. Deste ponto de vista é como João situa a batalha cósmica pela soberania do mundo entre Deus e Satanás, um conflito que começou no jardim do Éden (Apoc. 12:7) e continua até a segunda vinda (14:14-20). O papel que desempenha a igreja se vê fundamentalmente como uma luta espiritual contra as derrotadas forças do mal. Sua aparente derrota pelo martírio é à vista de Deus a verdadeira participação na vitória de Cristo na cruz do Calvário: "Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida" (Apoc. 12:11). Inclusive se apresenta à igreja do tempo do fim como o exército do Cordeiro, o conquistador messiânico do mal (14:1-5). A igreja triunfa sobre a besta por meio do martírio e do testemunho fiel. ^[7]

A Necessidade da Fé em Jesus:

• Para ser salvo, é preciso crer no Senhor Jesus. A fé em Jesus é o elemento essencial para receber a salvação, reconhecendo-o como Senhor e crendo em sua ressurreição.

At. 16:30-32 - e, tirando-os para fora, disse: Senhores, que me é necessário fazer para me salvar? Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. Então lhe pregaram a palavra de Deus, e a todos os que estavam em sua casa.
Rom. 10:8-13: Mas que diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé, que pregamos. 9 Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.
Porque a Escritura diz: Ninguém que nele crê será confundido.
Porquanto não há distinção entre judeu e grego; porque o mesmo Senhor o é de todos, rico para com todos os que o invocam.
Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

• **O batismo cristão simboliza a união com Cristo na morte e ressurreição, perdoando os pecados e concedendo o dom do Espírito Santo.
• ** O batismo, aliado à fé, é um sinal visível da transformação interior que ocorre na vida do crente.

1 Ped. 3.20-21: "Os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água, a qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo" .

No NT João Batista se serve da água para o seu batismo de penitência (Mc 1,8-11). O batismo cristão é fonte de regeneração e renovação do Espírito Santo (Tt 3,5). Os que a ele se submetem são purificados de seus pecados e recebem o Espírito Santo (At 2,38; 1Cor 10,1s). Cristo promete fazer jorrar a água viva de seu Espírito para os que nele crêem.
O batismo cristão é considerado superior ao de João porque não é feito apenas com água, mas com o Espírito Santo (Mt 3,11; Jo 1,33; At 1,5; 11,16). A associação água-espírito já aparece nos profetas (Ez 36,25-26; Jl 3,1-2; Is 32,15-18; 55,1-10), e se verifica no Batismo de Jesus, que constitui a sua investidura messiânica (Mt 3,13-16; Jo 1,29-34).
Batismo e fé: Para salvar-se é preciso ter fé (Jo 3,36; Rm 10,9-11; Mc 16,16) e ser batizado (Rm 6,3-7; Tt 3,4-5; Jo 3,5; 4,2-30). Por isso se batizavam até os mortos (1Cor 15,29). Daqui o trinômio: Pregação, Fé, Batismo (Hb 6,1-2; 10,22; Mt 28,19).
Batismo e Igreja: o batismo incorpora à Igreja (1Cor 12,12-13; 10,1-2); é o sacramento das bodas de Cristo com a Igreja (Ef 5,25-27); é um revestimento de Cristo (Gl 3,27); é um sepultar-se com ele (Rm 6,1-11; Cl 2,11-13); perdoa os pecados, concede o dom do Espírito e a participação na Ressurreição de Cristo (At 2,38; Cl 2,2; Rm 6,3-11; 1Pd 3,21). Ver “Ablução”, “Penitência”. ^[8]

• A salvação pertence a Deus e ao Cordeiro, sendo recebida por meio da fé no sacrifício expiatório de Jesus. A ênfase na graça divina como fonte da salvação rejeita qualquer noção de mérito humano, destacando que a salvação é um dom gratuito recebido pela fé.

A Segurança da Vitória dos 144.000
Todos os redimidos estão vestidos de "roupas brancas" e têm "palmas em suas mãos" (Apoc. 7:9). E clamam a grande voz: "A salvação pertence a nosso Deus que As Profecias do Tempo do Fim está sentado no trono, e ao Cordeiro" (v. 10). Não atribuem a salvação à sua própria justiça, a suas boas obras ou méritos, nem sequer a seu arrependimento, a não ser exclusivamente à graça salvífica de Deus. Esse povo é verdadeiramente espiritual, porque louvam a Deus e a Cristo. Desviam seus olhos de sua própria vida de sacrifício para concentrar sua vista no sacrifício expiatório do Cordeiro. Essa é a adoração que precisamos cultivar agora se esperamos nos unir aos santos de todos os tempos na doxologia: "Digno... é o Cordeiro!" (Apoc. 5:12). ^[9]