A tri unidade de Deus

Introdução

A palavra trindade não pode ser encontrada na Bíblia e, embora tivesse sido empregada por Tertuliano (um dos pais da igreja), na última década do segundo século de nossa era, não encontrou lugar formal na teologia da igreja senão já no quarto século. Trata-se, entretanto, da doutrina distintiva e todo-inclusiva da fé cristã.

Definição

Chama-se de Santíssima Trindade, na teologia cristã, doutrina que afirma a existência de Deus como três pessoas — Pai, Filho e Espírito Santo — unidas em uma mesma substância ou ser único. Apesar dessa fusão das três pessoas em uma só, sempre se deu uma certa primazia ao Pai, de quem procedem as outras duas pessoas. Para uma adequada compreensão da concepção trinitária de Deus, as distinções entre as pessoas da Trindade não devem ser tão definidas a ponto de parecer ou sugerir uma pluralidade de deuses, nem permitir que essas distinções desapareçam em um monismo abstrato e indiferenciado.
A Trindade designa a crença de que há três pessoas divinas — Pai, Filho e Espírito Santo — na natureza indivisível de um único Deus, verdadeiro e eterno. Principal mistério do cristianismo, a Trindade é dogma de fé.

A trindade na história cristã

Início

Os judeus dos dias de Jesus enfatizaram a unidade de Deus e isto foi transferido para a igreja cristã. O resultado, foi que alguns anularam as distinções pessoais da Divindade e outros que faziam-nas não fizeram justiça a Segunda e terceira pessoas da Trindade por afirmarem que não eram co-substanciais, co-eternos, co-iguais ao Pai. Tertuliano foi o primeiro a usar a palavra “Trindade” e a formular a doutrina, mas sua formulação era defeituosa, porque subordinava o Filho ao Pai. Orígenes foi além desta distinção em ensinar que o Filho era subordinado ao Pai no que diz respeito à essência, e que o Espírito Santo é subordinado ao Filho. Isto prepara o caminho aos Arianos, que negavam a divindade do Filho e do Espírito Santo por afirmarem que o Filho era a primeira Criatura do Pai e o Espírito Santo, a primeira criatura do Filho. Assim a co-eternidade e a co-essência do filho e do Espírito com o Pai foi sacrificada, a fim de preservar a unidade de Deus; e conseqüentemente as três pessoas da Trindade divergiam de graduações.

As heresias e a trindade

Arianismo

O dogma da Trindade, no entanto, foi contestado principalmente pelo arianismo, heresia que, difundida em 318 por Ário, negava a unidade e a consubstancialidade das três pessoas da Trindade e, em conseqüência, a divindade de Cristo.

Monarquianismo

Os arianos ainda retinham uma aparente trindade, mas as 3 pessoas na Trindade foram sacrificadas inteiramente pelo Monarquianismo, em parte para preservar a unidade de Deus e em parte para manter a Divindade de Jesus. O monarquianismo Dinâmico, para salvaguardar a idéia de Deus como um, viam em Jesus um homem somente, e no Espírito Santo uma influência. O monarquianismo Modalístico querendo salvar a divindade de Jesus consideravam o Pai, o Filho e o Espírito Santo meramente como 3 modos de manifestações sucessivas da divindade. Em outras palavras, o M. M. afirmava que a Trindade consistia apenas de uma pessoa, e que os termos Pai, Filho, Espírito Santo, simplesmente denotavam esta uma Pessoa em diferentes ofícios. Ex. João em casa é conhecido como Pai, no comércio como gerente, e no clube como jogador. Mas esta corrente satisfazia apenas um ponto em reconhecimento ou reconhecer a Divindade de Cristo. Seus defeitos eram visíveis – se as fases eram sucessivas então Deus cessou de ser o Pai, quando Ele tornou Filho, e cessou de ser Filho quando Ele se tornou Espírito. Esta corrente é conhecida também de Sabelianismo.
O Monarquianismo também é conhecido como Socianismo, e como já foi dito, o M. D. afirmava que Jesus era somente humano, um homem muito bom, na verdade o melhor dos homens porque Ele era inteiramente animado ou controlado pelo poder de Deus. Ele não existiu antes de Belém. Desta maneira eles salvaguardam a unidade da Divindade. Também houve aqueles que perdendo a unidade da Divindade caíram no Tri-teísmo (três pessoas separadas, com vontade e ação diferentes).

Sua afirmação nos I Concílios

Em contrapartida, o Primeiro Concílio de Niceia, realizado em 325, expressou a unidade mística de Deus Pai e Deus Filho com a palavra homoousios, que significa "consubstancial". Afirmou-se assim que a unidade de substância não implica a unidade de pessoas, pois a primeira e a segunda pessoas não são idênticas, nem aspectos complementares da mesma substância. Numa tentativa de conciliação entre católicos e arianos, a fórmula para a doutrina da Trindade foi definida então na profissão de fé de que "o Filho tem a mesma natureza (homoousios) do Pai", mas a guerra teológica prosseguiu.
No Concílio de Nicéia, a igreja declarou o Filho como sendo co-essencial com o Pai (325 A. D.), enquanto o Concílio de Constantinopla (318 A. D.), afirmou a Divindade do Espírito. Quanto a inter-relação dos três, foi oficialmente declarado que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho (Filioque).

Seu dogma de fé

Atanásio, bispo de Alexandria de 328 a 373, defendeu e desenvolveu a fórmula estabelecida pelo I Concílio de Nicéia. Nas décadas seguintes, a doutrina da Trindade tomou forma definitiva com base nos ensinamentos dos primeiros grandes teólogos da igreja oriental, Basílio de Cesaréia, Gregório de Nissa e Gregório Nazianzeno, também defensores do Credo de Nicéia. O arianismo foi condenado tanto pelo Concílio de Nicéia quanto pelo de Constantinopla, em 381.
A crença na divindade de Cristo mediante a interpolação filioque ("e do Filho") foi afirmada como posição católica contra o arianismo e parece ter sido acrescentada no concílio local de Toledo, em 589. Apesar da oposição dos católicos não ortodoxos, a expressão estabeleceu-se aos poucos no Ocidente até ser oficialmente utilizada em 1017, quando foi feito esse acréscimo definitivo, pela igreja latina, ao texto do credo do cristianismo. Essa foi das principais causas do cisma entre as igrejas do Ocidente e do Oriente em 1054.

Na reforma

Não temos novas formulações da doutrina da trindade, mas apenas temos repetições dos erros verificados antes da Reforma.

Provas da doutrina da trindade nas escrituras

A doutrina da trindade é decididamente uma doutrina da revelação. é verdade que a razão humana pode sugerir alguns pensamentos para substanciar a doutrina, mas se não fosse a Revelação Especial nós não teríamos tido conhecimento dela. Devemos pois ir às Escrituras para uma verdadeira doutrina da Trindade.

No Velho Testamento

O Antigo Testamento não menciona o mistério da Trindade, embora o deixe implícito nas passagens nas quais Deus fala no plural, como no Gênesis, quando diz "Façamos o homem à nossa imagem" (Gên 1:26).
Embora o Velho testamento fale explicitamente na unidade de Deus (Dt 6:4; Is 44:6; 1Re 8:60; Zc 14:9), existem numerosos exemplos de uma pluralidade na Divindade, e algumas indicações que esta pluralidade é uma Trindade. Quanto à pluralidade, podemos citar: Gn 1:2,26; 3:22; 11:7; 20:13; 48:15; Is 6:8. ( Indicações mais nítidas da Trindade, nós encontramos em Gênesis 1:1-2, onde o Espírito é distinguido de Deus. Em Gênesis 6:3, esta distinção é feita também.

No Novo Testamento

O mistério, entretanto, é explícito em diversas passagens do Novo Testamento, que estabeleceu as bases para sua doutrina. Entre essas passagens, destaca-se a do batismo de Jesus, quando "o Espírito, como uma pomba" desceu sobre ele e uma voz dos céus disse: "Tu és o meu Filho amado" (Mar. 1:10-11).
Ao aparecer aos apóstolos após a Ressurreição, Jesus afirmou a existência da Trindade ao dizer-lhes que batizassem as nações "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28:19), fórmula que se repete por ocasião do batismo individual cristão.
O Novo Testamento declara que Jesus Cristo é o agente da criação. (Ef 3:9). Há passagens em que Deus fala e ao mesmo tempo são mencionados o Messias e o Espírito; ou o Messias é quem fala e menciona Deus ou Espírito. (Is 48:16; 61:1; 63:9,10).
Embora não exista no Novo Testamento uma passagem que, defina a Trindade, nós temos passagens que mencionam claramente as três Pessoas de tal maneira que não somente a sua distinção é percebida como também a Sua unidade:

Definição da doutrina da Trindade

A palavra trindade tecnicamente quer dizer não somente o estado de serem três, mas também de uma unidade dos três. quando falamos em Trindade em Teologia queremos dizer ou referir-nos sobre a Trindade em unidade, e a uma unidade que é “trinal”.

No Catecismo de Westminster

A melhor definição da doutrina da Trindade é encontrada no Catecismo de Westminster:

Na salvação

Além das provas das Escrituras já mencionadas sobre as três Pessoas da Divindade, desejamos acrescentar o seguinte: - A Trindade não se revela ao homem tanto em palavras mas fundamentalmente, por fatos na história. A revelação nítida da Trindade se encontra nos fatos de Deus enviar o Seu Filho ao nosso mundo para salvar-nos, e do Espírito como Aquele que aplica a obra redentora em nosso coração.
A Trindade está vitalmente envolvida no plano da salvação, e este é o aspecto da Trindade que deveria merecer o nosso estudo ao considerarmos a Divindade, e não concentrar a nossa atenção a perguntas que estão além da nossa compreensão. A Trindade não é uma doutrina teórica sobre a qual o homem está livre de especular além do que não está revelado. A Trindade é uma verdade sacra que revela-nos que as 3 Pessoas estão empenhadas na nossa salvação. Apesar das distinções pessoais na Trindade que as Escrituras apresentam quando falam na Divindade, Deus é um só. Como o Pai, Filho e Espírito Santo podem ser distintos e ao mesmo tempo completamente um, não nos foi revelado e está além de nossa compreensão. Não temos base de comparação com nada que conhecemos. A Trindade é compreensível em alguns aspectos ou manifestações, mas é incomparavelmente em Sua essência. Os esforços feitos para explicar o mistério, foram especulativos na maioria dos casos não teológicos. Eles resultaram no desenvolvimento de concepções tri-teística ou madalística de Deus, em detrimento da unidade de Deus ou da distinção pessoal da Trindade. A Igreja nunca tentou explicar este mistério, mas apenas procurou formular uma doutrina de tal maneira que evitasse os erros que a ameaçaram.

Incompreensão Judaica

A doutrina da Trindade não tem sido compreendida entre os judeus a ponto de dizerem que nós cristãos adoramos três Deuses. A fim de compreendermos o problema dos judeus, desejamos citar um trecho dos escritos do ex Rabbi Leopold Cohn, The Trinity in the Old Testament, pp. 3,4. Ele declara:

Desejamos agora mencionar onde estas duas palavras: “Yachid” e “Achid” ocorrem no Velho Testamento e em que contexto e com que significado, para então declarar o seu verdadeiro significado:

Vejamos onde a expressão ‘Yachid’ (único) é empregada:

Assim nós vemos que Moisés Maimonides, com toda a sua grande sabedoria e muito estudo, fez ou cometeu um grande engano em prescrever aos judeus a confissão de fé na qual declarou que Deus é ‘Yachid’, uma declaração que se opõe à Palavra de Deus...
Esta é portanto a verdadeira crença cristã. Ele não tem três deuses, mas UM, um no sentido Escriturístico, que é ‘Achid’ no hebraico, e que consiste em três personalidades distintas.” (Leopold Cohn, The Trinity in the Old Testament, pp. 3,4).

O nome “Pai” aplicado a Deus

Este nome usado para Deus não é usado consistentemente, no mesmo sentido:

  1. Muitas vezes, “Pai” é aplicado ao Triúno Deus como origem de todas as coisas criadas (1Co 8:6; Ef 3:15; Hb 12:9; Tg 1:17). Enquanto nesses casos a expressão se aplica ao Triúno Deus, ela se aplica especialmente a primeira Pessoa da Trindade, a quem a obra da criação é atribuída.
  2. O nome também é atribuído ao Triúno Deus para expressar a relação teocrática. (dt 32:6; Is 63:16; 64:8; Jr 3:4; Ml 1:6; 2:10).
  3. No Novo Testamento, o nome é usado para o Triúno Deus como Pai dos Seus filhos espirituais. (Mt 5:45; 6:6-15; Rm 8:16; 1Jo 3:1).
  4. O nome também é aplicado à primeira Pessoa da Trindade em Sua relação para com Jesus Cristo. (Jo 1:14,18; 5:17-26; 8:54; 14:12,13).

Pai e filho

Para a nossa mente ocidental, os termos “Pai” e “Filho”, surgem por um lado a idéia de origem e superioridade, e por outro lado, a idéia de dependência e subordinação. Numa linguagem teológica, porém, eles são usados no sentido oriental ou semítico de igualdade com respeito à natureza (mesma natureza). Quando as Escrituras chamam a Jesus Cristo como o Filho de Deus, Elas querem afirmar a verdadeira Divindade de Cristo. O termo “Filho” é aplicado a Cristo não meramente como um título oficial em relação à obra da redenção (Sua encarnação e Sua ressurreição), que nestes casos é preeminentemente o Filho de Deus, mas é usado principalmente para mostrar uma inerente relação Trinitariana. Em outras palavras, a expressão mostra que o Pai e o Filho não somente são distintos, mas também são da mesma natureza co-eternos, co-substanciais, co-iguais em poder e glória, e sempre existiram como Pessoas distintas. Na economia da redenção, entretanto, para a consecução de um específico propósito, Jesus Cristo aceitou temporariamente uma posição subordinada em relação ao Pai. Mas no sentido mais profundo, os termos apontam para uma relação única de participarem de uma mesma natureza e substância – que nenhuma criatura pode ter.
A idéia dos termos é expressa claramente por Dr. Warfield quando diz:

Há passagens no Novo Testamento em que ocorrem os termos “Filho” e “Espírito”, e a ênfase é posta na idéia de igualdade ou semelhança com o Pai, e conseqüentemente entre as 3 Pessoas da Trindade. Em João 5:18, nós lemos: “Por isso os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o Sábado, mas também dizia que Deus era Seu próprio Pai, fazendo-Se igual a Deus.” Jesus foi corretamente entendido de chamar Deus de “Seu próprio Pai”, isto é, os judeus entenderam o que Jesus declamou quando disse que Ele era o “Filho de Deus”. Os judeus entenderam que Jesus não estava usando o termo figuradamente e que Jesus estava reclamando ser tudo o que Deus é. Ser Filho de Deus queria dizer que Ele era igual a Deus.

Vimos que os termos “Pai” e “Filho” não são adequados para expressar uma relação completa e perfeita que existe entre as duas primeiras Pessoas da Trindade. Entretanto, eles são os melhores que temos. São termos usados nas Escrituras, e além de expressar a idéia de semelhança de natureza, estes termos são recíprocos, expressando, idéia de amor, confiança, honra, unidade, harmonia. Quando lemos que Deus “deu” o Seu Filho para redenção do mundo, nós somos levados a entender que a situação era em muitos aspectos idêntica àquela de um pai humano que envia seu filho como missionário ou em defesa de sua pátria. É algo que envolve sacrifício da parte do pai bem como privação e sacrifício da parte do filho.
Que os termos “Pai” e “Filho” são usados de uma maneira peculiar em relação às duas Pessoas da Trindade pode ser visto do variado uso destes termos em outras partes das Escrituras, e uso diário. Por exemplo: Gn 4:20-21; 17:4; Êx 4:22; 2Sm 7:14.
Além disso, muitos dos ensinos das Escrituras são dados em linguagem figurada. Cristo é chamado como o Cordeiro (Jo 1:29); o bom Pastor (Jo 10:11); a Porta (Jo 10:7); a Videira (Jo 15:1-5); a Luz (Jo 1:9); etc... Assim de acordo com o acima exposto, era próprio que os termos “Pai” e “Filho” fossem escolhidos para expressar uma relação especial que existe entres as Pessoas da Trindade.

O Espírito Santo

Igualmente nós lemos em 1 Coríntios 2:10-11 que o Espírito Santo é igual a Deus. Aqui o Espírito Santo é apresentado como o substrato da consciência própria de Deus, o princípio do conhecimento de Deus. O Espírito é Deus mesmo na mais íntima essência do Seu ser. Assim como o espírito do homem é a sede da vida humana, a vida do homem, assim o Espírito de Deus é Seu elemento de vida. Como pode Ele então ser considerado subordinado a Deus, ou derivado de Deus?

Subordinação de Filho e do Espírito ao Pai

Quando discutimos a doutrina da Trindade devemos distinguir entre o que é tecnicamente conhecido como a Trindade “imanente” e a Trindade na dimensão “redentora”. Pela Trindade “imanente” entende-se a Trindade que tem subsistido desde a eternidade. Na Sua vida inerente, nós dizemos que o Pai, Filho, e Espírito Santo, são de igual poder, igual essência. Pela Trindade “redentora” entende-se a Trindade como ela é manifesta no mundo, especialmente, na redenção dos pecadores. Existe uma subordinação de propósito ou de operação na redenção dos pecadores, mas não uma subordinação na natureza ou essência. Contudo, embora funções específicas são atribuídas a cada uma das Pessoas da Trindade, devido serem tão intimamente relacionadas, cada Pessoa participa na obra das outras. (2Co 5:19; Jo 14:18; 14:9,11).
Na obra da redenção, o Filho que é igual ao Pai torna-Se como se fosse sujeito a Ele, e no estado de Sua humilhação, Jesus Cristo podia dizer do ponto de vista de Sua natureza humana o que está escrito em João 14:28; 1Co 11:3. E por sua vez o Espírito Santo é enviado, opera por Deus e Jesus, glorifica não a si mesmo, mas a Jesus, e opera no coração dos homens. Esta subordinação do filho ao Pai, e do Espírito ao Pai, e a Jesus Cristo, não diz respeito a Sua relação essencial na Trindade, mas somente diz respeito ao modo de operação ou divisão de funções na criação e redenção. (Hb 2:9).
Esta subordinação do Filho ao Pai, e do Espírito ao Pai e Jesus, não é de nenhuma maneira inconsistente com a verdadeira igualdade. Nós temos uma analogia de tal prioridade e subordinação, por exemplo, nas relações que existem entre homem e mulher na família humana. Paulo declara que a relação entre o esposo e mulher é de igualdade em Jesus Cristo (Gl 3:28), entretanto em outro lugar Paulo declara que o marido é o cabeça, e no lar cada um tem a sua função principal a desempenhar. Se entendemos ou não, tal relação, não é inconsistente com a perfeita igualdade.
Na obra da redenção a situação é mais ou menos assim: através de um concerto firmado, o Pai, Filho e Espírito Santo, realizam uma obra específica de tal maneira que durante o progresso desta obra, o Pai torna-se oficialmente o 1º, o Filho o 2º, e o Espírito Santo o 3º. Entretanto em essência ou vida inerente da Trindade, a igualdade completa entre as Pessoas da Trindade é preservada.

A Trindade apresenta um mistério mas não uma contradição

De todas as doutrinas cristãs, esta é talvez a mais difícil de ser entendida. Que Deus existe como uma Trindade tem sido claramente revelado; mas o modo particular de como as 3 Pessoas existem não tem sido revelado. A maravilhosa personalidade de Deus, Pai, Filho, e Espírito Santo, permanece em mistério. Em cada esfera nós somos obrigados a crer sem compreender ou explicar a realidade. O que por exemplo é a luz? O que dá ou produz a força da gravidade e como atua?
Há muitas coisas no mundo que são verdadeiras mas que não sabemos explicar. o que é eletricidade? O que é a vida? O que capacita o corpo humano de transformar o alimento em sangue, cabelo, ossos e pele? Estas são apenas algumas das perguntas que não tem explicação, no entanto, este fato não invalida a verdade. Elas existem e sua existência não dependem de nós a compreendermos. Da mesma maneira a Trindade existe e Sua existência não depende de compreensão dos mistério de Sua natureza.
Mas, apesar da doutrina da Trindade apresentar um mistério, ela não apresenta uma contradição. Ela afirma que Deus é um em respeito – essência ou substância – e que Deus é Três em um aspecto diferente – nas distinções pessoais, Assim a posição Unitariana, que afirma que Deus é único (uma pessoa) mas nega a divindade de Jesus Cristo, e a posição Trinitariana, que afirma que há 3 deuses, são refutadas. A doutrina da Trindade está acima da razão e nunca, poderia ser descoberta se não tivesse sido revelada por Deus ao homem. Entretanto ela não é contrária a razão e nem inconsistente com outras verdades da Bíblia