A Volta de Cristo
A "volta de Cristo" é um conceito fundamental na escatologia cristã, marcando o ponto culminante da história e a concretização do plano divino. Vamos explorar esse tema de diferentes ângulos, elucidando sua importância e os eventos que o circundam.
A Ascensão Triunfal do Cordeiro: Vitória e Soberania
Notadamente o livro do Apocalipse retrata a volta de Cristo como a afirmação definitiva da soberania de Deus. Essa soberania é estabelecida através do poder do Cordeiro, Jesus Cristo, conquistado através de seu sacrifício supremo. Sua morte e ressurreição o tornam merecedor de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e ações de graças.
O Apocalipse emprega a imagem do Cordeiro para simbolizar a vitória de Cristo de forma paradoxal. O Cordeiro, tradicionalmente associado à mansidão e ao sacrifício, alcança a supremacia sobre as forças malignas, evidenciando que o poder divino se manifesta de maneira singular, transcendendo a força bruta.
Os Sinais Precursores: Identificando a Proximidade da Volta
O surgimento de falsos cristos e falsos profetas será um dos sinais que antecedem a volta de Cristo. Esses impostores enganarão multidões com promessas enganosas e ensinamentos distorcidos, aproveitando-se da vulnerabilidade das pessoas e disseminando confusão.
A proliferação de falsos líderes religiosos realça a necessidade do discernimento e da fidelidade às Escrituras. Diante da instabilidade crescente e do engano, os cristãos devem estar enraizados na Palavra de Deus para não se desviarem da verdade.
Surge aqui uma heresia que o Cristo ressuscitado diz que lhe é odiosa. Elogia os efésios porque eles também a aborrecem. Pode parecer estranho que se atribua um sentimento tão negativo ao Cristo ressuscitado. Mas devemos lembrar duas coisas:
Em primeiro lugar, se amamos a alguém com amor apaixonado e intensamente, odiaremos, ao mesmo tempo, qualquer coisa que ameace arruinar sua alma e corpo.
Em segundo lugar, devemos lembrar que sempre se deve odiar o pecado, mas amar o pecador. A santa ira de Deus acende-se ardente contra o pecado, mas o amor de Deus pelo pecador nunca esfria nem esgota. Apocalipse (William Barclay)
Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro:
Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são e tu os achaste mentirosos;
e sofreste e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste.
Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade.
Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.
Tens, porém, isto: que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço.
Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus.
O Arrebatamento: Proteção Divina da Ira Futura
Notemos o arrebatamento da igreja como um evento distinto da volta de Cristo. O arrebatamento, que ocorrerá antes da Grande Tribulação, tem o propósito de proteger os fiéis da ira divina que se abaterá sobre a Terra durante esse período.
Existem diferentes perspectivas sobre o momento do arrebatamento em relação à Tribulação. A visão pré-tribulacionista sustenta que o arrebatamento ocorrerá antes da Tribulação, baseando-se em passagens como Apocalipse 3:10, onde Deus promete guardar a igreja da "hora da provação". A palavra grega "ek", usada nesse versículo, sugere que a igreja será retirada da esfera de provação, não apenas protegida durante ela.
Este posicionamento afirma que Cristo virá para os seus santos, depois Ele virá com os seus santos.
- O primeiro estágio da vinda de Cristo é chamado de arrebatamento;
- o segundo é chamado de revelação.
O posicionamento mais antigo acreditava e aceitava a questão da “iminência”; todavia a crítica maior contra essa posição concentrava-se mais no aspecto da ira de Deus e se a igreja será chamada a experimentar parte dela ou toda ela durante a tribulação.
O MANUAL DE ESCATOLOGIA de J.Dwigth Pentecoste, pg. 217, apresenta uma base essencial dessa posição “O arrebatamento Pré-tribulacionista descansa essencialmente na premissa maior – o método literal de interpretação das escrituras como complemento necessário a isso.
Os pré-tribulacionistas acreditam na interpretação dispensacionista da palavra de Deus. A igreja e Israel são dois grupos distintos para os quais Deus tem um plano divino.
A igreja é um Mistério não-revelado no Antigo Testamento. Essa era de mistério presente encerra o plano de Deus para com Israel por sua rejeição ao Messias na sua primeira vinda.
Esse plano de Mistério deve ser completado antes que Deus possa retomar seu plano com Israel e completá-lo. Tais considerações surgem do método literal de interpretação”. LIVRO DE ESCATOLOGIA TEOLOGICA
(Jhon F. Walvoord, J.D. Pentemcoste, Jhon Feinberg, Hermam Coyt, Charles Ryrie, Rene Pache, Henry C.Thiessen, Leon Wood, Hal Lindsay, Alva McClain, Jhon A. Sproul e Richard Mayhue) apresentam os seguintes argumentos:
A Grande Tribulação: Um Período de Julgamento e Purificação
A Grande Tribulação é retratada como um tempo de intenso sofrimento e julgamento divino sobre a Terra. Durante esse período, o Anticristo se revelará e perseguirá aqueles que se recusarem a adorá-lo.
Vemos que a igreja, como corpo de Cristo, não está destinada a passar pela Tribulação, pois este período se dirige principalmente a Israel e ao mundo incrédulo. O propósito da Tribulação é conduzir Israel ao arrependimento e preparar o mundo para o reinado de Cristo. (Visão Pré-tribulacionista).
O Reino Milenar: Justiça e Paz sob o Governo de Cristo
Após a Grande Tribulação e a volta de Cristo, segue-se o estabelecimento do Reino Milenar. Esse período de mil anos será marcado pelo governo justo e pacífico de Cristo sobre a Terra. O Reino Milenar representa a restauração da ordem e da harmonia divinas, proporcionando um vislumbre da glória eterna que aguarda os fiéis.
Durante o Milênio, Satanás será preso, impedido de enganar as nações. No entanto, ao final do Milênio, ele será solto por um breve período para provar as nações que nasceram durante esse tempo, demonstrando que a natureza pecaminosa da humanidade persiste.
A Consumação: O Estado Eterno e a Glória de Deus
O Reino Milenar culmina na consumação de todas as coisas e no estabelecimento do Estado Eterno. Nesse estado final, Deus reinará supremo e os fiéis desfrutarão da sua presença para sempre. A Nova Jerusalém, descrita no Apocalipse, simboliza a plenitude da comunhão com Deus e a realização plena da salvação.
A Urgência do Preparo: Vigilância e Fidelidade
Em meio a essas discussões sobre a ordem dos eventos, as fontes enfatizam a importância do preparo para a volta de Cristo. Independentemente do momento exato do arrebatamento, os cristãos são exortados a viver em constante expectativa e prontidão para o retorno do Senhor.
A fidelidade, a vigilância e a perseverança na fé são destacadas como elementos essenciais da vida cristã, especialmente à luz da iminente volta de Cristo. A mensagem do Apocalipse serve como um chamado à ação e à santidade, convidando a todos a se prepararem para o encontro com o Cordeiro vitorioso.
Em todo o Império os súditos de Roma deviam chamar Senhor e Deus a Domiciano. A alternativa era morrer. Não havia escapatória possível.
O que podiam fazer os cristãos? Que esperança tinham?
Não havia entre eles muitos que fossem sábios ou poderosos. Contra eles se levantou o poderio de Roma, que nenhum povo ou nação tinha podido resistir. Enfrentava-os uma opção absoluta: César ou Cristo.
O Apocalipse foi escrito para nutrir a fé dos cristãos nessa situação. Numa época de terror crescente João não fechou os olhos. Via coisas temíveis, mas antecipava coisas ainda mais temíveis.
Mas por atrás de todos esses horrores via a bem-aventurança daqueles que resistissem a César por amor a Cristo.
O Apocalipse nos vem de uma das épocas mais heróicas na história da Igreja. É certo que Nerva, o sucessor do Domiciano (9698), revisou as leis repressivas e as campanhas de perseguição de seu antecessor. Mas o dano já tinha sido feito; os cristãos eram uma comunidade fora da lei.
E o Apocalipse é o clarim que chama os crentes a serem fiéis até a morte a fim de ganhar a coroa da vida. "Apocalipse (William Barclay)".