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TEOLOGIA DA IGREJA : UMA IGREJA SEGUNDO OS PROPÓSITOS DE DEUS

DE DEWEY MULHOLAND

I - COMO VÃO AS IGREJAS?

1 . A igreja Perante Deus

1. A igreja nos planos de Deus
2. AS igrejas examinadas por Deus

2 . A igreja nas opiniões humanas.

“Muitas pessoas não tem ao mínimo interesse nas igrejas. Ignoram ou as denunciam como relíquias.” P. 17.

“Dizem que elas só sabem iludir os fracos que não tem recursos para enfrentar a realidades do mundo secular.” P.18

“A medida que uma igreja se conforma com o mundo, e as duas comunidades parecem ser meramente duas versões da mesma coisa, esta igreja estará contradizendo a sua verdadeira identidade.” - John Stott apud Dewey, p.18.
A igreja é um povo chamado para ser semelhante a Jesus Cristo ( Rm 8,29). Essa é sua identidade
[...] agora ele chama a Igreja, para que? Como Stott afirmou:

O tema essencial de toda a Bíblia, desde o começo até o fim, é que o propósito histórico de Deus é chamar um povo para si mesmo, que esse povo é um povo santo, separado do mundo para lhe pertencer e obedecer; e que sua vocação é permanecer fiel a sua identidade, isto é, santo ou diferente em todo seu pensamento e em todo seu comportamento.” P.18.

Por a igreja não viver esse propósito muitos não-cristãos não dão valor à igreja. E essa rejeição à igreja deveria nos preocupar.
Até mesmo muitos cristãos que professam crê dizem: Jesus sim, Igreja não. Mas a Bíblia em Hb. 10: 25 informa que não há cristianismo individual. Precisamos congregar-nos.

Jesus transformou água em vinho, a igreja fez o mais difícil, transformou vinho em água,

AS noticias de imoralidade dentro da igreja escandaliza o mundo.
A Europa já deixou de ser cristã.
Nos EUA aumenta os esforços para minimizar a influência cristã.
A igreja multiplica-se no Brasil, America Latina, África e Ásia. Mas apresenta sérios problemas:

• Educação religiosa decadente
• Maior preocupação com números.

As crises da Igreja não são novas:
Crise de identidade? O que é a igreja?
Temos de saber qual é a sua natureza antes de definirmos a sua missão.

3. A identidade da igreja deve ser definida segundo a Bíblia

A igreja é um organismo criado por Deus, o qual revelou na Bíblia sua natureza e missão. Alem de apresentar a doutrina que a igreja deve ensinar, O novo Testamento estabelece o padrão para a vida eclesial. P.16

Nossa interpretação da Bíblia é incompleta ( I CO. 13.12).

4. A eclesiologia carece reforma bíblica.

Os reformadores do sec. XVI levaram muitas doutrinas às escrituras. Infelizmente a doutrina da Igreja sofreu poucas modificações básicas. A definição da igreja conformou-se com a situação social, religiosa e política daquela época....p.18.

A igreja nos dias atuais não precisaria também de uma reforma?
Não pode haver reavivamento sem reforma.. E a reforma não estará completa até o haja o reavivamento.

Temos esperança em Jesus Cristo Mt 16.18 “ Edificarei minha igreja e as portas do hades não prevalecerão contra ela.”

5. Examinemos a igreja motivados pelo amor.

1. Examinemos a bíblia quanto à igreja.
2. Reflexão sobre a maneira que esse ensino pode melhor se expressar em nosso contexto atual.

As experiências positivas e negativas ao longo da história pode nos ajudar.

1. Exame dos nossos motivos e atitudes. Cuidado como a crítica.
2. “Se você deseja mudar alguém, você deve amá-lo.” M. L King.
   Devemos temperar nossas analises criticas com amor.
   Cristo amou a igreja e se deu por ela. Ele não a abandonou, como podemos nos abandoná-la?

1. TERMOS QUE DEFINEM A IGREJA

Identidade e termos que definem a igreja

1.1 Igreja como “ekklesia”.

AT. Qahal – “uma convocação do povo de Israel para uma assembléia.”
Ekklesia (Gr.clássico) indica a assembléia dos cidadãos que foram chamados por um arauto.
A LXX traduziu em 64% qahal como ekklesia.
Igreja em português deriva de ekklesia, que no NT designa “ a assembléia do povo de Cristo.
Ek, para fora; kaleo, chamar, convocar.

Como Deus chamou seu antigo povo para fora do Egito, e o conduziu para a terra prometida, ele chama pessoas para fora do mundo (aos moldes desse mundo, Rom 12.2) para caminhar para o alvo afim de ganhar o premio (Fil. 3.14).

“A ekklesia não é para ser vista apenas como uma comunhão humana, resultado de uma fé e experiência religiosa comuns. É isso; porem, é mais do que isso, é a criação de Deus através do Espírito Santo. Por esta razão, só pode haver uma igreja.

Atualmente existem várias denominações (instituições religiosas). Nessas instituições religiosas existem várias pessoas afiliadas as mesmas, com seus nomes escritos no rol de membros. No entrando nada garante que todos estes “sócios de denominações” sejam de fato “ekklesia de Deus”. Somente aqueles que foram regenerados pelo Espírito Santo fazem parte da ekklesia de Cristo.

Sou propenso a crer que denominação não é a mesma coisa que “ekklesia de Deus.”^[1] Embora estejam relacionados. A igreja é de natureza divina e humana. Divina porque é criação de Deus. Uma idéia criada na mente divina. O humano, porque é constituída de pessoas humanas, imperfeitas e falhas. A divisão do cristianismo em denominações não pode ser algo divino, pois a divisão denota a falta de união, que cristo não desejava para sua igreja. Ele orou em sua oração sacerdotal: “que eles sejam um”.
A falta de união, tem haver com o pecado, do que com os propósitos divinos expressos na oração de Cristo. Sem dúvida a existência de diversas denominações tem haver com a imperfeição humana, falta de capacidade de compreender a palavra de Deus corretamente.

Independente das denominações existem cristão fiéis a Cristo, e estes são verdadeiramente a “ekklesia de Deus”. Portanto, defender a placa de uma denominação pode, não necessariamente, defender a ekklesia de Deus.

Isso não significa que não devemos ser criteriosos ao escolher a denominação parta se congregar. Devemos consultar a bíblia para encontrarmos aquela que mais se aproxima das orientações da palavra do Senhor. Mas, em última instancia devemos saber que não é nossa relação com a “denominação” que vai nos salvar, mas nossa relação com Cristo, o cabeça da Igreja.

Ser membro da verdadeira “ekklesia de Deus”, implica em ser membro do “corpo de Cristo”, embora não exclua o fato de pertencer a uma congregação ou denominação. É mais uma relação espiritual, do que meramente freqüentar uma denominação por mais “verdadeira” que ela possa ser.

“Onde estiver dois ou mais reunidos em meu nome, ali estarei no meio deles.”
Mesmo que não possuam toda compreensão doutrinaria? O que vocês acham?
Se denominação fosse igual a Igreja de Deus, todos os membros de uma congregação se salvariam. E sabemos que não é bem assim. “Nem todos serão salvos, mas apenas o remanescente”. Rom.11.

A. Uso técnico do vocábulo ekklésia.

A igreja local esta em vista na grande maioria dos textos onde ekklesia aparece.
A igreja em algumas regiões geográficas, as “ igrejas da galáxia”, “as igrejas da macedônia”.
Não é o tamanho do local, ou a quantidade de pessoas que determinam o terno ekklesia, mas, a presença de Cristo entre aquelas pessoas.

b. Ekkesia nos sentido metafórico

Col. 1.18 – “Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja.” E em 1:24, “seu corpo, que é a igreja.”

Trata-se na unidade espiritual da igreja. O senhor da igreja é um só. A igreja e uma só.
O sentido universal denota um corpo de verdadeiros crentes, de todos os séculos. Inclui todos os remidos comprados pelo sangue de Cristo. É provável que este seja o único sentido de ekklesia em Efésios 1.13; 3.10 e Col. 1.18-24. Veja Hb 12.23 e Mat 16.18.

c. A igreja Local e universal

1.2 Igreja como Povo de Deus

Com o chamado de Abraão (Gen12) Deus criou um povo que desfrutava um relacionamento com Ele. “Vós sereis o meu povo, e eu serei vosso Deus” Ex.6.6. Pedro expressa esse conceito ampliado no NT em
I Pd 2.9-10.
Ef. 3.6
Gal.3.28

O que constitui um povo? Língua, raça, história, cultura. O novo povo de Deus não é caracterizado por questões físicas ou exteriores, mas por sua semelhança com Deus.
Apo. 21.3

Descrições da Igreja como povo de Deus

1. Um povo convocado por Deus. Fil. 3.12.

2. O povo da nova aliança. Dt 4.20, Êx. 24.1-8. Aliança rompida pela infidelidade humana. Nova Aliança prometida por Deus, Jer. 31.31 I Cor. 11.25; II Cor. 3; Heb 9.15,20. Concede a todas as nações a oportunidade de ser o povo de Deus. É a aliança da Graça de Deus.

3. O povo na nova humanidade. Os que estão em Cristo são uma nova humanidade. Ver I Cor. 5.17; 2 Pd. 1.4.; Col. 3.12-14.

4. Um povo comunitário. Quem busca um relacionamento pessoal com Deus sem se comprometer com o fator comunitário esta cometendo um grande erro.

5. Um povo missionário. Um povo que olha para o bem dos outros. I Ped 2.9,12 “ o povo de Deus tem o propósito de mostrar Deus ao mundo Poe intermédio de vidas exemplares. Que refletem o caráter divino.
   Ef.2.14-18, a Igreja é um povo peregrino, que esta mechando até chegar aos confins da terra para dizer ao povo que Deus estar se reconciliando como o homem.

6. O povo de Deus no mundo sem ser do mundo.
   Fil. 3.20
   Rm 12. 1-2.
   Jo, 17.13,16
   I Jo 2.15-17
   Ef.1.13,14

   “Deus não terminou sua obra em nós como indivíduos, nem tampouco terminou sua obra na igreja. Ela esta imperfeita, composta de seres humanos imperfeitos como nós. “ p. 31.
   Para as igrejas se fortalecerem no Senhor façam como Paulo ( Ef.6.11).

1.3 A igreja é comunhão (koinonia).

A via moderna da ênfase ao individualismo, à experiência pessoal e independente.
O conceito de koinonia, no grego, expressa a participação em comum, como os membros de uma família participam da vida familiar. Muito mais do que fazer parte de uma organização, koinonia destaca a contribuição de cada pessoa, dando e recebendo dos seus parceiros o que elas tem para dar e o que necessitam receber.

a. A koinonia do Deus triuno

O Deus da Bíblia por seu triúno esta em comunhão consigo mesmo. Ele não existe de modo solitário, isolado, mas sua maneira de existir é em comunhão com as outras pessoas da trindade.
A criação do homem e da mulher a imagem de Deus, significa que ele os criou para a comunhão.
A Bíblia centraliza a comunhão entre Deus e seu povo.
I Jo 1.3 - “ A nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.”

A ceia do Senhor mostra concretamente esta comunhão entre Deus e a Igreja.
I Cor. 10.16 – “O cálice não é a koinonia do sangue de Cristo? E o pão não é a koinonia do corpo de Cristo?”
A comunhão não se limita à celebração da Ceia.
Deus pretende que a koinonia caracterize a vida do seu povo.
Apoc. 21.3

b) A koinonia nas igreja cristãs do NT

• Rom. 8.14 - A segurança da igreja não está em indivíduos.
• I Cor. 13.34,35 – Paulo apela não a indivíduos, mas a igreja que busquem os dons espirituais.
• I Cor. 12.11 e 18 - O Espírito distribui os dons a cada um, visando o todo e não a edificação individual.
• Não nascemos órfãos, nascemos dentro da família de Deus. Todos os filhos tem o privilégio da koinonia.
• At 2.42 – A igreja primitiva foi marcada por esta qualidade.
• Comunhão vai muito além do convívio agradável de amigos. Só existe koinonia quando Jesus esta envolvido na amizade. Vai além de participar de cerimônias religiosas.
• Existe um laço entre todos que estão em Cristo e somente Cristo se pode participar de uma comunhão genuína com Deus e com os irmãos.
• Não é fácil vencer o individualismo. Não é suficiente para os salvos reunir-se de vez em quando para criar koinonias.
• É necessário que os irmãos aprendam a viver como comunidade todos os dias e não se limitem apenas a dar um abraço aos domingos. A real comunhão existe entre cristãos comprometidos com Deus e com os irmãos. Eles compartilham suas necessidades espirituais e físicas. Servem a Deus servindo os irmãos em amor. Mt 25.31.
• Envolve cuidados especiais uns com os outros.
• Fil. 1.5-7; 4.14.
• II Cor. 8.1-5
• Gl. 6.6
• Não confundir comunhão com atividades.
• Em igrejas numerosas muitos membros se perdem no anonimato e da indiferença de seus membros. Ai se tornam muitas vezes apenas um número estatístico no livro de membros. Esse não é o plano de Deus para a igreja.
• Gl 6.10.

2. METAFORAS QUE CARACTERIZAM A IGREJA

A compreensão das metáforas da igreja nos ajuda a entender o plano de Deus para ela. Vejamos quatro delas.

2.1 A igreja, corpo de Cristo

Segundo Bruce Shelley^[2] “ A união de Cristo com seu povo e sua unidade uns com os outros é o significado básico da frase ‘o corpo de Cristo’.”
“Essa metáfora fala da unidade organiza em que os crentes não apenas pertencem a Cristo e um ao outro dentro do seu corpo, mas também tem a vida nele e permanece nele”. P. 40.

a. A proeminência da cabeça

No organismo que é a Igreja, a direção pertence exclusivamente a cabeça e não pode ser delegada a outrem. A cabeça mantém o corpo unido. Ela esta ligada imediatamente a cada membro.
Col. 1.15-19.

b. A unidade do corpo

O corpo de Cristo tem duas facetas, uma divina e outra humana. A divina resulta na unidade da Igreja com Cristo. A tendência humana é criar facções e limitar a unidade que Cristo almeja ( Jo 17.11). I Cor. 1.10.

c. A diversidade do corpo

I Cor. 12 e 14, Rm 12, Ef 4 e 1 Pd 4.10

É natural pensar que a unidade requer a anulação da diversidade. Mas não é bem assim
Emil Brunner**^[3]** disse “uma comunidade só pode existir onde existe diversidade. Sem diversidade pode haver unidade mas não comunidade, pois esta requer reciprocidade.” P.42.
Uma orquestra não se faz com um único músico.

d. O corpo cresce

Um organismo deve crescer se estiver vivo. O corpo cresce (e amadurece) quando cada um desempenha seu ministério. O corpo se atrofia quando alguns dons são negligenciados.

e. A soberania de Deus

O Espírito santo distribui os dons de acordo com seu desejo ( I Cor. 12.11).
Os dons devem ser considerados dádivas que o dono da Igreja tem o direito de dar de açodo com sua escolha soberana. O homem não deve pensar em merecimento nem insistir como se tivesse o direito de exigir de Deus que lhes concedesse os dons que desejam.

f. A interdependência dos membros

Muitas igrejas sofrem do problema do individualismo. [...]. Quem é deficiente no seu relacionamento com os membro do corpo inevitavelmente sofre no seu relacionamento com Deus. No corpo de Cristo não há lugares para espectadores ou pessoas sem envolvimento. P.43.

g. A maturidade do corpo

Paulo enfatiza o desenvolvimento da igreja com diversos termos como “crescimento”, “maturidade”, “estatura adulta”, “plenitude de Cristo” ( Ef 4:13-16).
A meta da igreja não se limita à evangelização do mundo. Ela focaliza o aperfeiçoamento do corpo como uma comunidade que deve desenvolver um estilo de vida santo e glorioso no meio de um mundo corrupto.

h. Aspectos teológicos

Há teólogos que negam a existência de uma igreja universal no NT. Mas Ef.4.11-16; Col. 4.15-16 focalizam uma igreja universal.
Textos como Rm 12.4-8, I Co 10.16-17; 11.29; 12.12-17 focam a igreja local.
Fica claro em todos os casos a igreja é o corpo de Cristo.

A Igreja católica interpreta a igreja como uma extensão da encarnação de Cristo, esta na igreja é estar em Cristo. Não a salvação fora da Igreja.

i. Considerações contemporâneas

2.2 A Igreja, a família de Deus

Mc3.31-35
Roberto Banks apud Dewey, p. 48, “[…]no NT a Igreja se assemelha mais a uma família do que a qualquer das outras metáforas usadas para descrevê-la.”

1. Uma família, filhos de um pai perfeito.
2. Suas responsabilidades
3. Considerações contemporâneas

2.3 A Igreja, a noiva de Cristo

2.3.1 A fidelidade recíproca
2.3.2 A pureza da noiva
2.3.3 o amor recíproco dos noivo.

2.4 A Igreja, templo, santuário e edifício de Deus.